Não posso deixar de mencionar que atualmente muitos abordam o tema do Branding de maneiras distintas, o que gera confusão para aqueles que buscam uma compreensão mais clara sobre o assunto.

Alguns encaram o branding como o desenvolvimento de um logotipo ou identidade visual, enquanto outros se limitam a criar um texto cativante, alegando ser o propósito da empresa, ou ainda desenvolvem um slogan atrativo para o posicionamento da marca… enfim, o branding vai muito além disso. É verdade que, ao longo do processo de estratégia de branding, a harmonização da linguagem verbal e visual da empresa é discutida, mas antes de tudo é crucial compreender a cultura organizacional da empresa, identificar oportunidades de diferenciação e envolver, principalmente, a alta gestão da empresa no processo. Esses são pontos cruciais para apresentar o melhor cenário para a estratégia da marca e garantir que seja genuína. É por isso que o branding hoje é uma especialidade única, não muito comum de ser encontrada em agências de propaganda convencionais. Afinal, entender a empresa como um todo e ter uma visão estratégica, são características essenciais ao profissional de branding para poder criar um projeto único,  já que não se trata de processos engessados ou fórmulas prontas.

Escrever sobre o processo de branding resultaria em uma publicação interminável.

Você reparou quando mencionei a importância de traçar uma estratégia genuína? Por mais óbvio que isso pareça, a marca de sorvetes Diletto estava indo muito bem até decidir investir em uma história fictícia, afirmando que a receita de seu sorvete era de família, uma receita ancestral, por assim dizer. Segundo o storytelling, a receita dos sorvetes remontava ao avô italiano da região de Vêneto, ao norte da Itália, que produzia sorvetes desde 1922. Alegava-se que a família precisou abandonar o negócio durante a Segunda Guerra Mundial, migrando para São Paulo. Após a comprovação da falsidade dessa história, os consumidores perderam a confiança na marca, resultando no fechamento dos pontos de venda próprios, além da redução da presença nas prateleiras dos supermercados e outras consequências que culminaram na saída dos sócios originais da empresa em 2017. Atualmente, a empresa, mesmo com sua história manchada, é controlada por investidores empresariais.

Este exemplo ilustra o poderoso impacto de investir na relevância da marca, porém, é crucial abordar isso com seriedade, pois pode trazer benefícios significativos, como o aumento do valor do produto, a conquista da confiança dos consumidores, a redução do esforço de venda, a associação da empresa a sensações positivas e a evidência de seus diferenciais no mercado.

Uma marca forte vende mais fácil!